A beneficência desempenha um papel crucial na promoção do bem-estar social, fornecendo assistência e suporte às pessoas mais vulneráveis. Com a missão de suprir lacunas deixadas pelo Estado e promover a inclusão social, as instituições beneficentes desempenham um papel fundamental no contexto social brasileiro.
Neste artigo, exploraremos a diferença entre beneficência e filantropia, a origem da beneficência no país e sua importância na sociedade. Além disso, discutiremos como a beneficência contribui para o desenvolvimento da sociedade, melhorando a qualidade de vida de toda a população.
Abordaremos também a possibilidade das instituições beneficentes cobrarem por serviços, desde que não distribuam a receita entre os diretores, e a importância de entender que uma instituição beneficente não é propriedade de uma pessoa física.
Destacaremos a importância de conhecer a missão e motivação das instituições e seus dirigentes, bem como a união e o reconhecimento entre as instituições beneficentes. Por fim, abordaremos a importância de ter um representante sindical específico para as categorias das instituições beneficentes, religiosas e filantrópicas.
DIFERENÇA ENTRE BENEFICÊNCIA E FILANTROPIA:
Embora a beneficência e a filantropia compartilhem o objetivo comum de promover o bem-estar social, existem diferenças fundamentais entre essas abordagens. A essência da filantropia pode ser caracterizada por ações voluntárias e doações individuais para causas sociais, muitas vezes motivadas pela generosidade e pelo desejo de fazer o bem. A filantropia pode ocorrer tanto por meio de doações em dinheiro quanto de doações de tempo, habilidades e recursos.
Por outro lado, a beneficência engloba ações mais estruturadas e sistemáticas, normalmente conduzidas por instituições organizadas. As instituições beneficentes são entidades jurídicas com propósitos específicos de atuar em áreas como saúde, educação, assistência social, entre outras. A beneficência vai além da filantropia individual, envolvendo a prestação de serviços e a implementação de programas para auxiliar pessoas em situação de vulnerabilidade. E a filantropia pode ser organizada como uma instituição, desde que cumpra os requisitos previstos na legislação do país.
Quando se trata de instituições organizadas, não há como dissociar a beneficência da filantropia, pois possuem muito mais em comum do que se divergem.
PONTOS COMUNS NAS INSTITUIÇÕES BENEFICENTES E FILANTRÓPICAS:
Apesar do conceito ter as suas diferenças, o que realmente importa é o ponto em comum entre elas. Existem elementos que tornam as instituições beneficentes e filantrópicas comuns em sua essência e propósito.
Brevemente, destacaremos alguns:
- Suprir lacunas deixadas pelo Estado e promover a inclusão social
- Não distribuição de lucros
- Atuam na execução de políticas públicas
- Promoção do desenvolvimento da sociedade, de interesse público e do bem comum
- Necessidade de estabelecer fontes de sustentabilidade (recursos e/ou doações)
- Reconhecimento e regulamentação (previstos em lei)
- Estatuto Social
- Natureza Jurídica
- Representação Sindical
Apesar das nuances em suas áreas de atuação, esses pontos em comum destacam o compromisso dessas instituições em trabalhar em benefício da sociedade, proporcionando suporte, assistência e oportunidades para melhorar a qualidade de vida das pessoas e promover um impacto social positivo.
ORIGEM DA BENEFICÊNCIA NO BRASIL:
A origem da beneficência no Brasil remonta aos tempos coloniais, com a criação das Santas Casas de Misericórdia. Essas instituições surgiram no século XVI com o objetivo de fornecer assistência médica e social aos mais necessitados. As Santas Casas de Misericórdia foram inspiradas em modelos europeus e tinham como base princípios de caridade e solidariedade.
Com o passar dos anos, as Santas Casas expandiram suas áreas de atuação, abrangendo diversas ações beneficentes, como o acolhimento de órfãos, o apoio a pessoas em situação de rua, o oferecimento de educação e ações de assistência social. A atuação das Santas Casas e de outras instituições beneficentes foi se diversificando e se adaptando às necessidades da população brasileira ao longo do tempo.
A beneficência se consolidou como um pilar importante na sociedade brasileira, sendo reforçada por movimentos sociais e pela Constituição Federal, que estabelece a solidariedade como um dos princípios fundamentais.
CONTRIBUIÇÃO DAS INSTITUIÇÕES BENEFICENTES PARA O DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE:
As instituições beneficentes desempenham um papel de extrema importância no contexto social brasileiro, em um país marcado por desigualdades sociais e carências estruturais. A sua atuação é essencial para suprir lacunas deixadas pelo Estado e promover a inclusão social.
As instituições desempenham um papel complementar ao do Estado, atuando em áreas onde os serviços públicos são insuficientes ou inacessíveis, além de serem importantes agentes de transformação social, atuando como promotoras de igualdade de oportunidades.
Ao oferecer suporte às comunidades mais vulneráveis, as instituições beneficentes contribuem para o fortalecimento do tecido social e para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.
Essas organizações têm a capacidade de identificar problemas sociais, desenvolver soluções inovadoras e implementar projetos que impactam positivamente a vida das pessoas. Seja fornecendo serviços básicos, como cuidados de saúde e educação, ou trabalhando para a inclusão de grupos marginalizados, as instituições beneficentes desempenham um papel ativo na promoção do desenvolvimento humano e social.
Por meio do seu trabalho, as instituições beneficentes não apenas fornecem auxílio imediato às pessoas em situação de vulnerabilidade, mas também trabalham para criar condições favoráveis ao desenvolvimento sustentável. Ao fortalecer indivíduos e comunidades, essas organizações contribuem para a construção de uma sociedade mais resiliente, capaz de enfrentar os desafios e promover um futuro mais promissor para todos.
MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DE TODA A SOCIEDADE:
A beneficência desempenha um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade, não se restringindo apenas aos beneficiários diretos de suas ações. Ao promover a inclusão social e reduzir as desigualdades, as instituições beneficentes criam um ambiente mais justo e equitativo para todos.
Quando as pessoas têm acesso a serviços essenciais, como saúde, educação e assistência social, toda a sociedade se beneficia. A melhoria da qualidade de vida de uma parcela da população contribui para o fortalecimento do capital humano, aumenta a produtividade e impulsiona o desenvolvimento econômico.
Além disso, a beneficência desempenha um papel importante na construção de uma cultura de solidariedade e empatia. Ao envolver a comunidade e promover a participação cívica, as instituições beneficentes incentivam a cooperação e o trabalho em conjunto para enfrentar desafios sociais.
Portanto, a beneficência não apenas tem um impacto direto nas vidas das pessoas assistidas, mas também beneficia a sociedade como um todo, criando condições mais favoráveis para o bem-estar coletivo e o desenvolvimento sustentável.
COBRANÇA POR SERVIÇOS E A PROPRIEDADE DAS INSTITUIÇÕES BENEFICENTES:
Embora as instituições beneficentes tenham a missão de oferecer serviços e assistência gratuitos, é possível que cobrem por serviços prestados ou estabeleçam mensalidades. No entanto, é importante ressaltar que a receita obtida não deve ser distribuída entre os diretores, mas sim reinvestida nas atividades e programas da própria instituição.
Essa prática permite que as instituições beneficentes sejam financeiramente sustentáveis e continuem a fornecer assistência de qualidade a longo prazo. A cobrança por serviços também pode ser uma forma de promover a responsabilidade financeira por parte dos beneficiários, contribuindo para a sustentabilidade dos projetos e programas.
É essencial que as instituições beneficentes adotem políticas de inclusão e ofereçam alternativas para aqueles que não podem arcar com os custos, garantindo que ninguém seja excluído de receber assistência devido à falta de recursos.
É importante destacar também que uma instituição beneficente não é propriedade de uma pessoa física, mas sim de uma coletividade ou fundação. As instituições beneficentes são regidas por estatutos sociais que estabelecem sua missão, valores e objetivos. Esses documentos definem a estrutura e governança das organizações, garantindo que elas sejam administradas de forma transparente e ética, com o objetivo principal de atender às necessidades da sociedade civil.
IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DA MISSÃO E MOTIVAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES BENEFICENTES E SEUS DIRIGENTES:
É fundamental que as instituições beneficentes e seus dirigentes conheçam profundamente sua missão e motivação para realizar o trabalho que desempenham. Compreender a essência e os objetivos da organização fortalece sua identidade e direciona suas ações de maneira coerente e eficaz.
Os dirigentes das instituições beneficentes desempenham um papel-chave na liderança e no direcionamento das atividades da organização. Eles devem estar comprometidos com a missão e os valores da instituição, entendendo que seu trabalho vai além de uma posição de poder ou prestígio. É necessário que eles tenham uma visão clara do impacto que desejam gerar na sociedade e se empenhem em alcançar os objetivos estabelecidos.
O conhecimento da missão e motivação é essencial para a tomada de decisões estratégicas, a definição de prioridades e o estabelecimento de parcerias. Isso permite que as instituições beneficentes atuem de forma mais eficiente, maximizando seu impacto e contribuindo de maneira significativa para o desenvolvimento social.
O ESTATUTO E A IDENTIDADE DA INSTITUIÇÃO:
Cada tipo de organização sem fins lucrativos possui um modelo de estatuto específico, adaptado à sua realidade e estrutura organizacional. O estatuto social deve abranger os princípios fundamentais que guiam a vida da instituição, sendo os pilares que garantem sua existência e continuidade ao longo do tempo.
O que diferencia as organizações beneficentes, religiosas e filantrópicas é justamente o documento utilizado para sua constituição. Enquanto as empresas com finalidade lucrativa têm o contrato social como ato constitutivo, as organizações sem fins lucrativos utilizam o estatuto como base legal para sua criação e funcionamento.
No estatuto social, estão definidos a sua missão, visão e valores, assim como as diretrizes para sua governança e gestão. Além disso, estabelece as responsabilidades dos dirigentes, as normas para a tomada de decisões e a estrutura de funcionamento da instituição.
É por meio do estatuto que são determinadas as ações e projetos que a instituição pode desenvolver em benefício da sociedade.
Dessa forma, o estatuto desempenha um papel crucial na definição da identidade e missão da instituição, fornecendo uma base sólida para suas atividades e garantindo sua legitimidade perante a sociedade.
IMPORTÂNCIA DA UNIÃO E DO RECONHECIMENTO ENTRE AS INSTITUIÇÕES BENEFICENTES:
A união e o reconhecimento entre as instituições beneficentes são fundamentais para fortalecer o setor como um todo e ampliar seu impacto social. Ao compartilhar conhecimentos, experiências e recursos, as organizações podem aprender umas com as outras, implementar melhores práticas e enfrentar desafios de forma mais eficiente.
A colaboração entre as instituições beneficentes pode gerar sinergias e possibilitar a realização de projetos conjuntos, que têm um impacto mais expressivo. Ao unir esforços, as organizações podem alcançar resultados mais significativos e promover mudanças mais substanciais nas comunidades em que atuam.
Além disso, o reconhecimento mútuo e a valorização do trabalho das instituições beneficentes fortalecem o setor como um todo, promovendo uma imagem positiva e gerando confiança. O reconhecimento da importância dessas organizações pela sociedade civil, pelos setores público e privado e pela comunidade em geral é essencial para garantir o apoio contínuo e a sustentabilidade das ações beneficentes.
Só conseguiremos a união e o reconhecimento quando todas as instituições beneficentes, religiosas e filantrópicas se conscientizarem da sua identidade, essência e natureza jurídica, independente da sua área e forma de atuação.
IMPORTÂNCIA DE UM REPRESENTANTE SINDICAL ESPECÍFICO PARA INSTITUIÇÕES BENEFICENTES, RELIGIOSAS E FILANTRÓPICAS:
Ter um representante sindical específico para a categoria das instituições beneficentes, religiosas e filantrópicas é de suma importância para defender os interesses dessas organizações e promover melhorias nos interesses e na representação política do setor.
O SINIBREF, como representante sindical dedicado, atua como uma voz coletiva, unindo os interesses e demandas das instituições beneficentes em negociações com entidades governamentais, órgãos reguladores e outras partes interessadas.
Lutamos por melhores condições nas relações trabalhistas, acesso a recursos e apoio institucional, contribuindo para fortalecer o setor beneficente como um todo.
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Em conclusão, a beneficência desempenha um papel fundamental na promoção do bem-estar social no Brasil. Através de instituições beneficentes, ações estruturadas e sistemáticas são realizadas para atender às necessidades daqueles que mais precisam. A beneficência contribui para o desenvolvimento da sociedade, melhora a qualidade de vida de toda a população e cria condições mais justas e equitativas.
A união e o reconhecimento entre as instituições beneficentes são essenciais para fortalecer o setor e ampliar seu impacto. Para que juntos possamos seguir fortalecidos, convidamos os dirigentes das instituições para participarem do Fórum das Instituições Beneficentes do Brasil: Acesse este link para entrar no meu grupo do WhatsApp: https://chat.whatsapp.com/JnWgX5hXjAp16QgkTswzhi
Juntos somos mais fortes!